sábado, 18 de novembro de 2017

Amizade


Acredito em verdadeiros amigos. Apesar de tantas decepções, eu ainda acredito. 
Outra dia, estava pensando em como as amizades verdadeiras deveriam ser. 
Minha cachorrinha Filomena, me mostrou o que é uma grande amizade. Ela deitou ao meu lado, viu que eu não estava bem e sem mais nem menos olhou pra mim durante um bom tempo, sem fazer outro gesto. Depois, abaixou a cabeça e encostou a cabeça no meu braço. Era como se ela estivesse me perguntando, o porque de eu não estar bem, se ela estava ali do meu lado, sendo amiga e disposta a brincar comigo a um simples aceno meu?
Essa cena sempre aparece na minha frente, quando fico triste ou preocupada com algo que não depende só de mim. Passei a ter consciência de uma vida mais presente com quem está no momento, perto de mim. Tive receio de um dia, não mais ter essa amiguinha do lado e me arrepender por não ter dado a atenção devida. 
Voltando aos seres humanos, sei que no mundo de hoje, com tantos amigos virtuais e fakes, não sobra tempo para os amigos presenciais. Porém, causa-me certo pavor, saber que gente distante não pode segurar o nosso braço nem nos dar a mão para atravessar a rua. 
Minha amiga está perto de mim enquanto escrevo o texto. Afinal, amiga de verdade, se envolve em tudo! Mesmo quando a gente não quer. 
Filó é uma dessas criaturas do bem que aparecem em nossa vida quando o céu fica mais do que nublado. Obrigada, amiga!

Filomena (Poodle) e Pirata, nosso amigo especial que morre de medo de trovões e fogos
(Essa é uma foto antiga, do começo do ano. Tentei tirar uma agora mas ela não parou sossegada, é uma perua!)


quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Quando cismo de mudar o rumo da minha vida...


Sou muito paciente com meus problemas, digamos que procrastino muito comigo mesma. Não me dou atenção devida, vivo como se fosse viver eternamente. Muitos me acham meio bicho grilo, feliz demais e positiva nos momentos mais difíceis.
Não sou alarmista, tento entender muito o problema antes de explodir. Talvez, por causa disso, as tempestades que provoco, são muito assustadoras. Como pode uma nuvem tão pequena, chover tanto e tão forte?
É, eu sou devastadora quando resolvo tomar atitudes na vida. Devastadora sem arrancar uma árvore, sem violência física ou mental. Apenas saio de cena, sem rastros e sem palavras, para sempre. 
Para alguns, é como se fosse uma catástrofe, para outros, uma decepção. Mas, ninguém, é capaz de parar e pensar, na quantidade de tempo que eu disponibilizei, aturando, ouvindo e até aconselhando cada um deles. 
Gente tem tempo de validade e precisa viver bem para durar bastante e eu comecei a observar isso com mais respeito. Depois que você envelhece, as coisas ficam mais difíceis. Se tiver saúde, tudo bem, se não tiver, acabou. Logo, ter uma sólida qualidade de vida é fundamental, espírito livre e mente positiva, fazem a diferença para um tempo melhor.
Tenho procurado viver mais envolvida com a natureza e tentado conviver com pessoas que tragam mais vida pra minha vida!



segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Detox de Redes Sociais



(Foto de Francesca Woodman)


Um dia, você acorda e descobre que os seus milhões de amigos nem te conhecem! (MB)


É um choque. Aquela amiga maravilhosa, que sempre te elogia, diz que você é o máximo, que sabe tudo o que você conta nas Redes, não tem noção que a sua cor preferida não é o branco, que você não toma café há mais de dez anos, que você não tem filhos, que você vive na ponte aérea Brasil-Londres desde que se entende por gente, que seu chá preferido é o de camomila e o mais importante: seu nome não é Noêmia e que o seu cabelo não é vermelho. Não tem como saber, não é sua amiga de verdade, não come feijão e arroz na sua mesa, não sabe o tamanho das suas contas e nem imagina os seus roteiros de viagem à Europa.
Partindo do pressuposto que essas informações só estarão disponíveis se você puser nas Redes, conclui-se que, 98% dos seus "amigos" nem sabem quem você é. Aliás, nem sabem que você é gente e não um robô.
Então, o melhor a se fazer é corrigir toda essa desgraça. Primeiro: tirar todo mundo que não sabe de verdade, quem é você; Segundo: Escrever para os que te conhecem, tentando falar sobre algum assunto relevante e descobrir qual o termômetro entre vocês; Terceiro: Só aceitar quem realmente você conheça e tenha afinidades (lembre-se que na época das eleições, determinadas pessoas mostraram que nem deveriam conviver em sociedade e nem mesmo em meio aos loucos do hospício mais derrotado); Quarto: pense bem, vale a pena continuar? Quinta e última (sensata) opção: saia da Rede Social!
Existe vida fora das nuvens!
Olha, tem sol, tem chão, tem praia, flores, pássaros, tem vida aqui fora!

(Mônica Banderas)

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Comparando a engrenagem da vida com a corrente da bicicleta







Quando a situação de alguém começa a ficar estranha, pode-se observar uma coisa e é batata!
Pessoas que acumulam emoções, objetos ou qualquer outra coisa, que só se enche vai experimentar o gosto amargo do vômito: o organismo tanto físico, quanto mental, vai expelir tudo o que não pode mais ocupar determinado espaço.
Quando observei a engrenagem de uma corrente de bicicleta, comparei ao estilo de vida do ser humano: se em cada espaço, toda vez que a roda girar, não existir um vazio, a corrente não vai levar a bicicleta para frente. A corrente vai soltar e o atraso da chegada ao ponto desejado vai ser enorme. Fora o desgaste físico/emocional. Com a vida da gente é a mesma coisa: se não houver espaço para o perdão diário, o abraço amigo e o óleo da caridade, a pessoa sai do ritmo, perde a caminhada, fica tóxica e intoxica a todos à sua volta.
Quando abrimos lugar para hospedar alegria, amor, paz e esperança, a corrida fica leve, o sono é tranquilo e a dor desaparece. Sentimos aquele vazio bom, aquele, por exemplo, quando conseguimos esvaziar nossa bexiga ou estômago com nossas necessidades fisiológicas.
E devemos sempre estar num ciclo de doação permanente, não nos deixando sufocar por nada. Tudo tem que girar, coisas, sentimentos e gentilezas.
Que a roda esteja sempre na direção certa, as correntes sempre bem dispostas e os espaços prontos: cheios e esvaziados, cheios e esvaziados, cheios e esvaziados...
(Mônica Banderas, texto e foto)

Tempestades...




A vida é feita de pequenos chuviscos, de minúsculas tempestades. Vivemos no meio de energias descontroladas e fomes diversas. Somos ocasião para quase tudo e para tudo, existimos sem sentir a profundidade de cada momento, é como se uma parede marcasse em cada um de nós, o espaço permitido. São raros os seres que a transpõe.

Em uma dessas angustiantes vivências, deparamos com fortes chuvas, relâmpagos e trovoadas.
Gerenciar o temporal é a grande ciência do saber viver.
Porém, tem gente que se esvazia e fica mais violento que a tormenta. E agindo assim, vai tudo por água abaixo.
Essa mudança de tempo pode ser comparada com certas atitudes humanas, pessoas que não conseguem usufruir nem do bom e nem do mau tempo. Ruminantes, tristes e sem generosidade, acham que a vida foi feita só para deleite delas do jeito que elas, tão somente, possam degustar, mesmo sem sentir o verdadeiro sabor, das grandes coisas da vida.

Um brinde a quem sabe que mesmo quando o barco está afundando, um milagre pode acontecer e caso não aconteça saberá agradecer por tudo o que já conseguiu de bom da vida!

Gratidão é uma flor que todo dia deve ser aguada!

(Mônica Banderas)

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Estamos todos surdos




Depois de tantos sustos após a prova do ENEM, chego à conclusão: 
ninguém ouve ninguém.
(Mônica Banderas)


Numa reunião, dois dias antes do Enem, estava eu numa reunião de amigos e falávamos de inclusão social nas escolas.
E nessa reunião, estavam umas quatro pessoas que iriam prestar provas no domingo. 
E a grande nota disso tudo, essas pessoas fizeram a prova e  mesmo, munidas de tanta informação referente àquela conversa tão produtiva, não conseguiram sequer, esboçar uma linha que fosse sobre o tema da redação que foi: "Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil". Ora, com a conversa que foi ampla e não só sobre surdos, poderiam ter conseguido, produzir um belo texto sobre o tema. Porém, ao falarmos após a prova, no dia seguinte, a triste constatação: ninguém conseguiu reproduzir sequer uma frase daquela conversa, na verdade, nem lembravam que tínhamos falado sobre isso. Concluindo: estão todos surdos e residindo em outro mundo. Ninguém está vivendo o momento real. O ser humano está cada vez mais isolado, mais egoísta, vivendo a mais agressiva solidão acompanhada de todos os tempos.
MB2017

O disjuntor

Existem momentos em nossas vidas em que a tristeza chega e tenta morar em nós. E uma das coisas que me causou enorme tristeza foi a capaci...